de sofrer e amar, a gente não se desfaz.

4.12.12

oyá

estou feliz porque hoje consegui tomar banho quente e aí pus uma calça coral. é dia de iansã, coral é a cor. vermelho, laranja, marrom, preto. estou doida pra saber meu orixá de cabeça. sou uma mediatriz entre iemanjá e iansã, acho que sim. posso ser filha dum casal lésbico de orixá?

chega com o 4 de dezembro um período macumbeiro que não como vai ser aqui no hemisfério norte. geralmente eu me divido assim: no inverno me recolho e sou mais pra budista. chega o verão brasileiro eu me sintonizo mais às religiões africanas, ao poder dos elementos: dança, comida, brilhos e roupas. tudo bem largo e expansivo. MAIS, QUERO MAIS. com o poder da voz que se sobrepõe ao silêncio exigido pela rigidez-pedrificação (stiffness, quero eu dizer) da meditação budista.

é que vivo nesse entre que não sabe se é ateu ou politeísta - sei que um deus é muito pouco.

toda palavra é axé. dizer é ação. é pôr em movimento. o silêncio ajuda a calma, mas é na palavra que o vigor da transformação vital entra em cena. descobri agora que a saudação "eparrei", a iansã, é um dito para acalmar o orixá, para que ele não venha com tanta violência destrutora. é bonito, né?



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