GAME OVER
O corpo.
Uma duração precisa,
que se despede informalmente
nos beijos que já não dá.
Ó meu bom Jesus de Braga,
eu não saberia como ficar,
remendando os dias
com o apressado amor das coisas.
Tudo finalmente finda.
Na calamidade das mãos,
um cigarro que arde impróprio
sobre as manhãs exaustas.
E ninguém me quis,
pelo menos.
De que vos falarei,
com palavras póstumas
onde o rancor se apaga?
Era uma vez
aquele jogo triste que não sei jogar.
(Manuel de Freitas)
INVOCAÇÃO
Em Braga pedi que me beijasse como se fosse
pela primeira vez
e me beijaste como se um beijo ainda fosse
Uma promessa do divino
pairando sobre as nossas
promessas que a nós mesmas tecemos.
Peregrinamos, comemos
e amamos segundo o bater dos sinos.
Não há nada mais santo
portanto
que os beijos que portamos
pelos corredores das naus
como se nunca houvera
a última vez.
(Eu)
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