de sofrer e amar, a gente não se desfaz.

23.2.15

deve ser um mau sinal, mas não sei mais entrar no blogger sem a conta do google. fica tudo ali jogado à direita com mil perfis que os empresários querem emplacar e eu sem me desvincilhar dessa conta, que tenho desde 2001. já disse aqui, e repito, que daria tudo pra ver os primeiríssimos posts, que apaguei sem saber.

uma colega da faculdade (eis uma palavra cruel) bradou no facebook que o blogspot não era lá lugar para se manter um blog, hoje em dia. quiçá manter um blog não era coisa de hoje em dia. se eu fosse mais escrota me sentiria mais vintage. mas me senti vítima.

num acesso ontem numa livraria fantástica levei pra casa o novo do kundera. lembrei do samuca falando bem dele (e não de críticas profissionais, graças a deus). se você reparar bem, o samuca posta seus textos numa plataforma mais afim do século XXI, o wordpress. quis migrar, mas me senti afetiva e mnemónicamente apegada a este.

o caso é que já vou na metade do livrinho e não entendi ainda do que se trata. talvez porque seja todo composto de eventos insignificantes. é o que eu diria, me achando o máximo, há dez anos, entrando na faculdade.

falei tanto de faculdade mas fiquei meia hora acordada essa noite pensando em nunca mais voltar pra nenhuma. não é mais meu safe haven e ao mesmo tempo não me vejo fazendo nada que preste nela, atualmente. aí pensei em declarar imposto de renda e aí que não dormi mais.

aí li textos antigos, e seus comentários. um leitor desse blog deu uma ideia pra um conto de terror: um dia, os livros pela metade vão voltar e te puxar pelo pé enquanto você dorme. Eu é que interpretei como terror. Quereria dizer mais insônia.

e gostei da alta ideia literária que alguém teve (todos os personagens aqui são o mesmo) de gente a aplaudir em alta velocidade. é uma demonstração de excitação, mas ao mesmo tempo imagino uma plateia coquete do d. maria aplaudindo otelo como se aquilo lhes gerasse um incômodo enorme. mas mantêm a pose.

até logo.

2 comentários:

Samuca disse...

Pra você ver como são as coisas: li esse post às 3h05 da manhã porque estava indo dormir e pensei em você hahahah. No bom sentido, ÓBVIO. É que eu quase não entro no Skype, a não ser que alguém além mar me obrigue, e lembrei de entrar para falar com você.
Semana passada estreou o programa novo da Sarah Oliveira com um mote aparentemente insignificante. Fala sobre a noite. A luz na Patrícia Pilar estava bem estourada, não sei se foi de propósito, como quando vamos ao banheiro de madrugada e acendemos a luz.
Amei essa ideia dos livros pela metade. Pega leve com a faculdade!
Beijos, que já está tarde
Mas ainda é cedo
(Ai, Renato Russo, larga do meu pé).

fernanda disse...

gostei da ideia de fale com (sobre) a noite. vou responder isso num post futuro. também não sou um robô.