de sofrer e amar, a gente não se desfaz.

6.3.14

você sempre volta com as mesmas notícias



não tenho as mesmas notícias de sempre, mas hoje acordei numa manhã que sabe a ontem. gosto desse dizer português: "saber a", querendo dizer "com gosto de". reaproxima o conhecimento das papilas gustativas, dos cinco sentidos, de um empirismo que não se esgotou com o racional. junta o saber e o sabor, e o sabor tem gosto de lembrança.

pois essa manhã de hoje me deixou em casa, uma nova casa, de novo - nunca vi a pessoa se mudar tanto, e ainda continuar com tanto cacareco, acho que se eu fosse contar eu estaria na 6a mudança desde que comecei esse blog nesse endereço.

a manhã de hoje tá um pouco chuvosa/nublada, fico na internet procrastinando bastante, acho que tenho medo de fazer a coisa que preciso e descobrir que não posso mais me doutorar em portugal (mas é besteira, é um pouco como aquele verso "cê sai de perto, eu penso em suicídio (mas no fundo eu nem ligo)").

li um pouco de proust, estou tentando voltar com aquele plano carsônico de ler "for about half an hour" everyday after breakfast. não entendi nada, fiquei patinando nas mesmas 3 páginas, acho que é por isso que ninguém tem saco de ler proust. mas achei uns sintagmas magníficos na tradução do pedro tamen: "legrandin tinha o verbo infinitamente mais pronto"; "mas essa é uma reputação que não me assusta, de tão verdadeira que é!; "como o ramo de flores que um viajante nos envia de um país aonde não voltaremos, faça-me respirar da distância da sua adolescência essas flores das estações primaveris"; "as ancas de legrandin, que eu não supunha tão carnudas; e, não sei por que, aquela ondulação de pura matéria, aquela vaga inteiramente carnal, sem expressão de espiritualidade e chicoteada em tempestade".



queria ter uma bomba.

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